{Vestibulando} Os períodos da Filosofia
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Filosofia Antiga (século VI a.C. a século VI d.C.): compreende os quatro grandes períodos da Filosofia grega.
- Período Pré-Socrático: período marcado pelo naturalismo, ou seja, as explicações às questões cosmológicas eram desenvolvidas a partir da análise dos fenômenos naturais. A grande preocupação dos filósofos pré-socráticos era encontrar a arché (o princípio das coisas).
- Período Socrático: por causa da consolidação da pólis, torna-se necessário o desenvolvimento de uma Filosofia voltada às questões do homem citadino. Os filósofos do período se aprofundaram em temas acerca da moral, da ética, da técnica e da política. Destaque ao antagonismo entre Sócrates e sofistas.
- Período Sistemático: a Filosofia volta-se para a reunião e a sistematização de todo o conhecimento cosmológico e antropológico.
- Período Helenístico: o mais longo período filosófico grego é marcado pelo retorno a questões acerca da ética e do conhecimento, além de aprofundar antigos objetos de estudo, como as relações entre homem, natureza e divindade. Nesse período, a pólis grega não mais é o modelo político vigente.
Filosofia Patrística (século I a VII d.C.): o objetivo da patrística era conciliar a ideologia cristã à greco-romana e elaborar as doutrinas, tornando-as mais consistentes, para que estas não fossem tão facilmente refutadas por "hereges". Além disso, a síntese de fé e de razão auxiliou a população a assimilar os preceitos da Igreja e, com isso, converter-se por livre vontade ao cristianismo. Há a introdução de ideias novas, como o pecado original, a trindade, a criação do mundo por Deus etc.
O grande pensador da patrística foi Santo Agostinho. Fortemente influenciado por Platão, separou a civitas Dei (cidade de Deus) da civitas terrena (cidade terrena), impondo dever à fé para que a alma possa alcançar o reino de Deus. A alma, portanto, seria superior ao corpo. O pecado tornou o homem egoísta e injusto, o que acarretou na criação da cidade terrena, marcada por males, como violência, miséria, doença, perversidade etc.
Ademais, segundo Agostinho, a verdade somente seria alcançado através da fé. A verdade estaria contida no íntimo da alma - pois esta seria transcendente ao ser -, porém o homem a encontraria somente com o auxílio da iluminação divina.
“Devemos conhecer a Babilônia, na qual nos tornamos cativos e a
Jerusalém, para a qual nos voltamos e almejamos chegar. Pois as duas
são cidades no sentido real do termo.”
- Cidade de Deus, de Santo Agostinho
- Cidade de Deus, de Santo Agostinho
Filosofia Medieval: Escolástica (século VII a XIV): caracterizada pelo surgimento da Teologia, recebeu o nome de escolástica por ser ensinada nas escolas medievais, que eram controladas pela Igreja. Esse período representou a fundamentação racional das verdades cristãs, retomando aos saberes de Platão, de Santo Agostinho e, principalmente, de Aristóteles para, neles, encontrar o alicerce que sustentaria tais verdades.
Há intensa retomada das obras de Aristóteles, visando reinterpretá-las sob a lógica cristã, devido à grande preocupação de aprimorar a defesa às verdades reveladas da Igreja a partir do conhecimento greco-romano. Por exemplo, tentava-se provar a existência de Deus e a imortalidade da alma.
O grande nome desse período é São Tomás de Aquino. Ele julgava que a melhor forma de governo era a Monarquia, por ser o governo de um só homem (da mesma forma como só existia um Deus, deveria, na Terra, existir apenas um soberano). Com a cristianização de Aristóteles, houve a revalorização do plano humano, pois ele seria uma extensão de Deus. O papel do Estado, nesse caso, seria assegurar a plenitude para que o homem se dedicasse à fé. Logo, o Estado seria submisso à Igreja, responsável por auxiliar os homens a manter os valores de Deus e, consequentemente, continuar no caminho da fé.
"O governo comum é exercido por um só. Com efeito, entre a grande quantidade
de membros, existe um que movimenta todos: o coração. E entre as partes
da alma, uma única força comanda principalmente: a razão.
Do mesmo modo, as abelhas possuem um só rei. E em todo o universo
só existe um Deus criador que governa todas as coias. E esta é a única razão.
Pois toda a multidão deriva do um. Eis por que se as coisas que são do âmbito
da natureza e se uma obra de arte é tanto melhor quanto melhor reproduz
a similitude do que existe na natureza, é necessário que, para a multidão,
dos homens, o melhor seja ser governado por um só."
- De Regno ou de Regimine Principum, de Tomás de Aquino
de membros, existe um que movimenta todos: o coração. E entre as partes
da alma, uma única força comanda principalmente: a razão.
Do mesmo modo, as abelhas possuem um só rei. E em todo o universo
só existe um Deus criador que governa todas as coias. E esta é a única razão.
Pois toda a multidão deriva do um. Eis por que se as coisas que são do âmbito
da natureza e se uma obra de arte é tanto melhor quanto melhor reproduz
a similitude do que existe na natureza, é necessário que, para a multidão,
dos homens, o melhor seja ser governado por um só."
- De Regno ou de Regimine Principum, de Tomás de Aquino
Filosofia Renascença ( século XIV a XVI): o período que compreende a Baixa Idade Média e alonga-se até a Reforma Protestante foi marcado pela expansão da influência das cidades florentinas, evento oriundo das Guerras Santas, que construíram uma ponte entre o mundo islâmico e o europeu. A necessidade de compreender o papel do homem na natureza e as descobertas advindas de diversas localidades do globo foi responsável pela criação de uma nova mentalidade filosófica e científica, em que o homem não mais estaria subjugado à condição de criatura cujos desejos deveriam ser repreendidos em prol da busca pela salvação da alma. Houve o desenvolvimento de correntes humanistas, do Neoplatonismo e do Hermetismo. O homem foi elevado à condição de indivíduo racional, mestre de seu próprio destino. A procura pelo saber sintetizou experimentalismo e dedução matemática, e foi responsável por pesquisas nas mais variadas áreas das ciências e das humanas.
Por defender os interesses das cidades-Estado italianas, no campo da política ocorreu a retomada dos valores de liberdade política gregos. Contudo, a obra de Maquiável, O Príncipe, constitui-se como a máxima sistematização do governo necessário à época, ou seja, apesar de o próprio autor afirmar que tal forma de governar não era a ideal, ela era a única capaz de unir todos os indivíduos no projeto de nação, e, assim, consolidar o progresso intelectual, comercial e político.
Os principais pensadores foram: Copérnico, Thomas More, Giordano Bruni, Francis Bacon, Galileu Galileia, René Descartes e Nicolau Maquiável.
Nesse período, há o lançamento de importantes obras literárias como a de Dante (A Divina Comédia), a de Boccaccio (Decameron) e a tradução da bíblia ao alemão por Lutero.
Filosofia Moderna (século XVII a meados do século XVIII): a partir do século XVII, há maior efervescência no campo filosófico voltado aos mecanismos à busca da verdade, o que acarreta a formação de duas correntes distintas: o racionalismo e o empirismo.
Os racionalistas foram fortemente influenciados por Descartes, quem propôs a separação entre a percepção sensível e a razão. O conhecimento, portanto, seria puramente intelectual, e, para tanto, seria imprescindível o desenvolvimento de métodos que auxiliassem o sujeito a realizar tal distinção e a encontrar a essência do conhecimento.
Os empirísticas, ao contrário, buscavam tal essência através da experiência sensorial, a qual evoluíra a graus diversos até alcançar as ideais, etapa em que o conhecimento seria, enfim, compreendido. Eles utilizavam o Método Indutivo, que partia de um preceito particular para chegar a uma constante universal. John Locke e David Hume foram importantes filósofos empiristas.
Hobbes, a partir de sua obra Leviatã, fundou o Contrato Social, mecanismo que regia o Estado e a sociedade. Sem ele, os homens viveriam em seu estado natural caracterizado por constantes conflitos que impediriam o progresso econômico e intelectual do indivíduo
Filosofia da Ilustração ou Iluminismo (meados do século XVIII ao começo do século XIX): o iluminismo é conhecido como o momento de transição, a partir de ideologias e de conhecimentos divulgados nesse período, há a consolidação da razão, da independência do homem em relação à natureza e a Deus e da burguesia, assim como há a formatação de princípios que seriam imprescindíveis à criação do Estado e da Economia contemporâneos. A máxima do Iluminismo era a inexorável defesa à liberdade individual, à igualdade ante à Justiça e à plena felicidade.
Rousseau concebeu o caráter bom e justo inerente ao homem em estado natural, porém, ao ser retirado deste, a sociedade o corrompeu e o tornou egoísta, violento e injusto. Logo, seria dever do Estado controlar, através do Contrato Social, os impulsos corruptos humanos, impondo leis e limites à sociedade, visando manter as condições básicas para que o homem possa desenvolver sua intelectualidade, ascender socialmente por vias do trabalho e alcançar a felicidade.
Os iluministas combatiam a alienação provocada pela Igreja, não a crença em Deus, assim como combatiam o Estado Absolutista e os privilégios do Clero e da Nobreza. Eles detinham noção otimista acerca do mundo e da racionalidade do homem. A verdade, da mesma forma que os conhecimentos adquiridos pelas ciências, possuía caráter universal e "palpável" pelo homem através da razão e do experimento.
Há grande preocupação com as artes, pois estas revelariam o grau de desenvolvimento da civilização. Há, também, destaque à compreensão das bases econômicas e sociais, o que levaria ao surgimento de correntes econômicas, como a fisiocracia e o liberalismo.
Dentre os principais pensadores iluministas estão: Voltaire, D'Alembert, Diderot (realizador da primeira Enciclopédia), Rousseau, Kant, Montesquieu (Os três poderes) e Adam Smith.
Filosofia Contemporânea (século XIX à atualidade): nasce em contrapartida às antigas certezas do homem, como a superioridade da razão e a ideologia de constante progresso econômico, social e político, que conduziria a humanidade a um estado elevado de civilização, de Justiça e de liberdade. Há, a partir desse período, ampliação da perspectiva pessimista do caráter do ser humano, expondo que a corrupção do ser é causada não pela fraqueza da razão, mas pelo livre arbítrio do homem, que, em sua busca pelo crescente poder sobre a natureza e sobre outros homem, provoca séries de acontecimentos trágicos e cruéis.
Darwin desmancha a convicção humana de ser especial, única dotada de racionalidade, através da pesquisa de A Orgiem das Espécies, em que demonstra que o homem não é distinto nem superior aos demais animais, mas, na verdade, é descendente direto de uma longa evolução, sendo, por causa disso, parte integral à natureza.
Hegel afirma que a moral, a ética, a noção de Justiça e os costumes da sociedade sustentam o Estado e a Economia, sendo o alicerce para as mudanças em ambos. Em contrapartida, Marx funda o materialismo histórico, pelo qual explica que a sociedade - seus costumes e valores - é fruto das transformações acarretadas pelo modo de produção.
Freud revoluciona o modo de o homem encarar a si mesmo, retirando-o do patamar de ser sumamente racional, ao instaurar concepções acerca do íntimo movido por traumas e por desejos. Ademais, ele confere à mulher a líbido, algo jamais feito.
Nietzsche é o pensador que melhor sintetiza essa etapa em que os antigos valores ocidentais são derrubados e o homem encontra-se, novamente, perdido, desolado e em dúvida quanto ao seu destino, à sua vontade e à existência do cosmo. Ele procura criar uma filosofia libertária, que auxilie o homem a alcançar a total liberdade das convenções sociais e religiosas, as quais serviam unicamente para repreender seu verdadeiro caráter. Por repreender os desejos, o homem torna-se infeliz e decadente. Nietzsche proclama uma nova moral contrária às concepções de ética e de moral de seus antecessores, pois, segundo o filósofo, o homem precisa aceitar a inevitabilidade de seu destino como uma criatura movida por anseios momentâneos, não por ideais grandes de Justiça e de bondade.
Por defender os interesses das cidades-Estado italianas, no campo da política ocorreu a retomada dos valores de liberdade política gregos. Contudo, a obra de Maquiável, O Príncipe, constitui-se como a máxima sistematização do governo necessário à época, ou seja, apesar de o próprio autor afirmar que tal forma de governar não era a ideal, ela era a única capaz de unir todos os indivíduos no projeto de nação, e, assim, consolidar o progresso intelectual, comercial e político.
Os principais pensadores foram: Copérnico, Thomas More, Giordano Bruni, Francis Bacon, Galileu Galileia, René Descartes e Nicolau Maquiável.
Nesse período, há o lançamento de importantes obras literárias como a de Dante (A Divina Comédia), a de Boccaccio (Decameron) e a tradução da bíblia ao alemão por Lutero.
Filosofia Moderna (século XVII a meados do século XVIII): a partir do século XVII, há maior efervescência no campo filosófico voltado aos mecanismos à busca da verdade, o que acarreta a formação de duas correntes distintas: o racionalismo e o empirismo.
Os racionalistas foram fortemente influenciados por Descartes, quem propôs a separação entre a percepção sensível e a razão. O conhecimento, portanto, seria puramente intelectual, e, para tanto, seria imprescindível o desenvolvimento de métodos que auxiliassem o sujeito a realizar tal distinção e a encontrar a essência do conhecimento.
Os empirísticas, ao contrário, buscavam tal essência através da experiência sensorial, a qual evoluíra a graus diversos até alcançar as ideais, etapa em que o conhecimento seria, enfim, compreendido. Eles utilizavam o Método Indutivo, que partia de um preceito particular para chegar a uma constante universal. John Locke e David Hume foram importantes filósofos empiristas.
Hobbes, a partir de sua obra Leviatã, fundou o Contrato Social, mecanismo que regia o Estado e a sociedade. Sem ele, os homens viveriam em seu estado natural caracterizado por constantes conflitos que impediriam o progresso econômico e intelectual do indivíduo
Filosofia da Ilustração ou Iluminismo (meados do século XVIII ao começo do século XIX): o iluminismo é conhecido como o momento de transição, a partir de ideologias e de conhecimentos divulgados nesse período, há a consolidação da razão, da independência do homem em relação à natureza e a Deus e da burguesia, assim como há a formatação de princípios que seriam imprescindíveis à criação do Estado e da Economia contemporâneos. A máxima do Iluminismo era a inexorável defesa à liberdade individual, à igualdade ante à Justiça e à plena felicidade.
Rousseau concebeu o caráter bom e justo inerente ao homem em estado natural, porém, ao ser retirado deste, a sociedade o corrompeu e o tornou egoísta, violento e injusto. Logo, seria dever do Estado controlar, através do Contrato Social, os impulsos corruptos humanos, impondo leis e limites à sociedade, visando manter as condições básicas para que o homem possa desenvolver sua intelectualidade, ascender socialmente por vias do trabalho e alcançar a felicidade.
Os iluministas combatiam a alienação provocada pela Igreja, não a crença em Deus, assim como combatiam o Estado Absolutista e os privilégios do Clero e da Nobreza. Eles detinham noção otimista acerca do mundo e da racionalidade do homem. A verdade, da mesma forma que os conhecimentos adquiridos pelas ciências, possuía caráter universal e "palpável" pelo homem através da razão e do experimento.
Há grande preocupação com as artes, pois estas revelariam o grau de desenvolvimento da civilização. Há, também, destaque à compreensão das bases econômicas e sociais, o que levaria ao surgimento de correntes econômicas, como a fisiocracia e o liberalismo.
Dentre os principais pensadores iluministas estão: Voltaire, D'Alembert, Diderot (realizador da primeira Enciclopédia), Rousseau, Kant, Montesquieu (Os três poderes) e Adam Smith.
Filosofia Contemporânea (século XIX à atualidade): nasce em contrapartida às antigas certezas do homem, como a superioridade da razão e a ideologia de constante progresso econômico, social e político, que conduziria a humanidade a um estado elevado de civilização, de Justiça e de liberdade. Há, a partir desse período, ampliação da perspectiva pessimista do caráter do ser humano, expondo que a corrupção do ser é causada não pela fraqueza da razão, mas pelo livre arbítrio do homem, que, em sua busca pelo crescente poder sobre a natureza e sobre outros homem, provoca séries de acontecimentos trágicos e cruéis.
Darwin desmancha a convicção humana de ser especial, única dotada de racionalidade, através da pesquisa de A Orgiem das Espécies, em que demonstra que o homem não é distinto nem superior aos demais animais, mas, na verdade, é descendente direto de uma longa evolução, sendo, por causa disso, parte integral à natureza.
Hegel afirma que a moral, a ética, a noção de Justiça e os costumes da sociedade sustentam o Estado e a Economia, sendo o alicerce para as mudanças em ambos. Em contrapartida, Marx funda o materialismo histórico, pelo qual explica que a sociedade - seus costumes e valores - é fruto das transformações acarretadas pelo modo de produção.
Freud revoluciona o modo de o homem encarar a si mesmo, retirando-o do patamar de ser sumamente racional, ao instaurar concepções acerca do íntimo movido por traumas e por desejos. Ademais, ele confere à mulher a líbido, algo jamais feito.
Nietzsche é o pensador que melhor sintetiza essa etapa em que os antigos valores ocidentais são derrubados e o homem encontra-se, novamente, perdido, desolado e em dúvida quanto ao seu destino, à sua vontade e à existência do cosmo. Ele procura criar uma filosofia libertária, que auxilie o homem a alcançar a total liberdade das convenções sociais e religiosas, as quais serviam unicamente para repreender seu verdadeiro caráter. Por repreender os desejos, o homem torna-se infeliz e decadente. Nietzsche proclama uma nova moral contrária às concepções de ética e de moral de seus antecessores, pois, segundo o filósofo, o homem precisa aceitar a inevitabilidade de seu destino como uma criatura movida por anseios momentâneos, não por ideais grandes de Justiça e de bondade.
"Será o Homem um erro de Deus, ou Deus um erro dos Homens?"
-Nietzsche
Há o nascimento de duas correntes: o Existencialismo, a Fenomenologia e a Filosofia Analítica. O Existencialismo de Sartre, como o próprio nome indica, ignora as questões acerca da verdade universal e volta-se à análise do próprio ser. A Fenomenologia, fundada por Edmund Hurssel, ao contrário, estuda os limites do conhecimento A Filosofia Analítica de Ludwing Wittgenstein propõe que a linguagem seja objeto de estudo da Filosofia e que a análise lógica seja o seu método.-Nietzsche
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