The Cruel Prince (The Folk of the Air, #1) - Holly Black
16:51
Minhas opiniões sobre The Cruel Prince são conflitantes. O primeiro livro da série The Folk of the Air caiu naquele dilema existencial pelo qual qualquer leitora ou leitor passa em algum momento da vida: realidade x expectativa. Eu li The Darkest Part of the Forest em julho do ano passado e amei. Então, quando a Holly Black anunciou que a sua nova trilogia YA estaria ligada à história deste livro, eu fiquei ainda mais empolgada. Toda informação que saía de The Cruel Prince só aumentava as minhas expectativas.
The Cruel Prince finalmente foi lançado nos EUA em 2 de janeiro. Conseguiu o e-book e comecei a ler ansiosa. E o começo fui tudo o que eu não esperava. Veja, a Holly Black havia prometido uma versão mais sombria das fadas de The Darkest Part of the Forest, e o próprio título do livro indicava que eu deveria esperar por cenas cruéis e infelizes. E isso se concretizou, as fadas apresentadas são, no mínimo, desprezíveis; eu não conseguia sentir simpatia por qualquer uma delas. Mas a razão não era por serem seres com valores diferentes, mas por elas me lembrarem demais aqueles bullyings babacas que encontramos em qualquer escola.
A história é narrada pela Jude, uma humana que foi trazida para o mundo das fadas pelo general Madoc. Ela vive assombrada por seu trágico passado: sua família foi assinada pelo mesmo homem que hoje ela chama de pai. Jude e sua irmã gêmea, Taryn, são as únicas humanas pertencentes à Corte; por causa de suas posições e da proteção do general Madoc, elas tiveram pequenos privilégios ao longo de suas vidas. Elas aprenderam a lutar com espadas e a manejar diferentes armas, aprenderam sobre estratégia, a como se portar na Corte, aprenderam sobre os costumes das fadas, e até mesmo frequentam uma escola. Sim. Uma escola no mundo das fadas...
É nessa escola, principalmente, que Jude aprendeu que ser humana nesse mundo pode ser mortal. Ela é constantemente atormentada por um bando de bullyings liderado pelo príncipe Cardan. Eles a oprimem e a violentam, até chegarem no ponto de jogá-la num rio para se afogar ou ser devorada por nixies. Não é surpreendente que Jude queira algum poder para se proteger dos ataques das fadas e para poder superá-las em força e esperteza. Então, quando a oportunidade surge, ela promete ser a espiã do Príncipe Dain em troca de poder e influência.
Of course I want to be like them. They’re beautiful as blades forged in some divine fire. They will live forever.And Cardan is even more beautiful than the rest. I hate him more than all the others. I hate him so much that sometimes when I look at him, I can hardly breathe.
The Cruel Prince, título do livro, faz referência ao príncipe Cardan, o herdeiro mais jovem do Grande Rei. Ele é cruel com Jude, e faz de tudo para tornar a existência dela insuportável. Jude o odeia, mas, em certo ponto da história, precisa se unir a ele para derrotar seus novos inimigos. A união de arqui-inimigos gera um dos melhores momentos do livro, porque ambos precisam engolir seus orgulhos e admitir que precisam da ajuda um do outro, e cada um possui características fortes e fracas que é compensada pelo outro. Eu estou realmente empolgada para saber como a relação deles irá evoluir ao longo dessa trilogia.
No matter how careful I am, eventually I'll make another misstep. I am weak. I am fragile. I am mortal.I hate that most of all.
O primeiro livro de The Folk of the Air é sobre as crueldades das quais você pensava não ser capaz de fazer, sobre as consequências de manter segredos e até que ponto você sustentaria uma mentira para enganar as pessoas que você deveria confiar em primeiro lugar. Até mesmo Jude, nossa protagonista, é movida por seus próprios interesses egoístas por poder; ela dificilmente faz algo porque é o certo a se fazer, ela faz porque aquilo lhe dará alguma vantagem frente aos seus inimigos. Ela não é gentil, e o seu primeiro impulso é sempre lutar pelo que quer. Esse é aquele tipo de livro em que todos mentem e traem, em que você não deve confiar em ninguém, porque há sempre alguma armadilha na próxima página. Por isso, eu recomendaria The Cruel Prince para quem gosta desse tipo de enredo. Se você está mais interessado em fadas pequeninas voando e distribuindo desejos bons, com certeza esse livro não é para você. Há muito sangue nele.
PONTOS FORTES
- Oriana. Acredito que ela é uma personagem muito injustiçada que merecia mais espaço nessa trilogia. Ela é a segunda esposa do general Madoc e, como tal, uma mulher que vive para manter as boas aparências na corte. Ela é uma grande estrategista na arte de evitar guerras com palavras e gestos. Eu passei o livro inteiro pensando que ela era uma mulher cruel e narcisista, mas ela é tão mais do que sua beleza e do que seus modos. Sério. Ela me lembra dos bons capítulos da Sansa em As Crônicas de Gelo e Fogo, só que sem a ingenuidade desta.
- A complicada relação entre Jude e Cardan. Eles se odeiam por todas as razões erradas, ao mesmo tempo que se sentem atraídos. A relação deles é explosiva, e eles com certeza despertam o pior um no outro. Mas juntos, por mais terríveis que sejam, eles realmente poderiam conquistar todas as terras das Fadas e reinarem por muito tempo.
Muahahahaha. Eu não tenho certeza se isso é algo bom. - Os espiões do Dain. Eles são divertidos, eles não possuem escrúpulos e já fizeram coisas terríveis. Além disso, eles são leais e fariam qualquer coisa estúpida para protegerem uns aos outros.
- Viviane. Ela é a meia-irmã de Jude, meia humana, meio fada. Ela é filha de Madoc, apesar de o odiar por isso. Além disso, ela também vive metade da sua vida na terra dos humanos, onde ela tem uma namorada que sabe absolutamente nada sobre a segunda viva na terra das fadas. É uma história complicada que certamente me deixará em lágrimas no final.
- A jornada de transformação da Jude em uma pequena garota indefesa para uma assassina cruel e a peça mais forte no jogo do trono.
PONTOS FRACOS
- Jude pode até ser a nossa típica heroína de fantasias juvenis, cheia de opiniões fortes, um passado sombrio e bastante fúria; contudo ela é tão chata. Perdoem-me. Mas durante toda a primeira parte do livro, a Jude só reclama do fato imutável de ser humana, apesar de ela ter a maior vantagem de todas: ser capaz de mentir.
- Essa é a parte em que eu preciso falar daquela escola... Quando eu penso num mundo das fadas, eu dificilmente penso nele como uma replica distorcida dos nossos velhos tempos medievais. Infelizmente, o mundo das fadas de Holly Black poderia ser qualquer mundo medieval de qualquer livro YA genérico, mas com fadas. Eu nem começo a entender o propósito de se ter uma escola, é tão estranho e errado imaginar fadas fazendo provas, fazendo anotações e respondendo a perguntas de professores.
- Eu acho que o propósito da Holly Black era escrever um drama sobre a disputa por um trono. Tudo bem, adoro. Contudo, o desenvolvimento de um plot que tinha tudo para ser bom, só foi patético. Holly Black tinha diferentes herdeiros disputando pelo trono e pelos favores do Grande Rei, além de espiões que faziam o trabalho sujo para garantir a vantagem dos príncipes e das princesas para quem trabalhavam. Como poderia dar errado, certo? Sobretudo quando a Jude é uma espiã, e vai se infiltrar na corte do inimigo do príncipe Dain para descobrir segredos que podem ser usados como moeda de barganha em jogos de poder? Poderia ter sido incrível, mas não foi. Existem todos esses príncipes e princesas que estão disputando poder há milênios e diferentes espiões que nunca conseguem prever o óbvio nem juntar informações para conseguir prever o óbvio. E, de alguma forma, a Jude foi a única a conseguir fazê-lo...
- A cena da coroação foi absurda em diferentes níveis. Não vou entrar em detalhes, por motivos de spoilers.
Ao final do livro, acho que acabei gostando mais do enredo dos personagens secundários. Apesar das críticas, admito que o final foi intrigante o suficiente para me motivar a ler toda a trilogia. Eu considero que esse livro foi apenas uma longa introdução para o real plot que está por vir, e acho que o relacionamento entre a Jude e o Cardan vai ficar ainda mais complicado e interessante. Eu espero que os meus personagens preferidos tenham mais espaço. Vamos esperar.
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Jude was seven years old when her parents were murdered and she and her two sisters were stolen away to live in the treacherous High Court of Faerie. Ten years later, Jude wants nothing more than to belong there, despite her mortality. But many of the fey despise humans. Especially Prince Cardan, the youngest and wickedest son of the High King.
To win a place at the Court, she must defy him–and face the consequences.
In doing so, she becomes embroiled in palace intrigues and deceptions, discovering her own capacity for bloodshed. But as civil war threatens to drown the Courts of Faerie in violence, Jude will need to risk her life in a dangerous alliance to save her sisters, and Faerie itself.
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The Folk of The Air
1. The Cruel Prince
2. The Wicked King
3. The Queen of Nothing
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