29 semanas em livros II

14:22

Essa é a segunda parte da retrospectiva de 29 semanas do Desafio 52 livros em 52 semanas.
(+Leia a primeira parte aqui).

18. The One - Kiera Cass (no skoob)
(No Brasil, o título ficou "A Escolha")


Depois de terminar as trilogias de The Seletcion e de Divergent, eu realmente fiquei traumatizada com trilogias. Sério. Estou enrolando as minhas trilogias pendentes, porque estou com medo de chegar no último livro e ficar decepcionada de novo.

Deixem-me explicar: Eu adorei The One, tudo ocorreu exatamente como eu queria, o final foi fofo e lindo e tudo o mais. Porém, quando um autor inicia uma história, ele precisa ter não apenas sério compromisso com ela, mas também com os leitores. Deixando o meu amor pelos personagens de lado, reconheço que o final foi totalmente anticlímax (não de uma forma positiva), tedioso e conveniente demais para a autora. Pareceu, a mim e a várias outras pessoas, que a Kiera Cass ficou com preguiça de escrever o final e simplesmente acabou a história. Ponto. E eles viveram felizes para sempre.


Eu terminei o livro sem acreditar que a história tinha acabado, porque, para mim, ela não acabou. Há tanto para ser dito, explicado e mostrado. Não é aquela sensação de quando você termina de ler Harry Potter e você se recusa a largar o livro e, por isso, lê toda e qualquer fanfic que aparecer pela frente só para continuar conectado a esse mundo. Não é aquela sensação de quando você acaba de ler Clockwork Princess (Princesa Mecânica) e você quer saber todos os detalhes da vidas dos personagens depois do livro. A sensação com a qual fiquei após The One foi aquela de que a própria escritora se perdeu no meio do caminho.

19. Estorvo - Chico Buarque (no skoob)
Eu não o achei um estorvo kkkkk
Todo mundo faz piada com o título desse livro. Eu tinha fazer parte do clubinho também.

Falando sério: esse é um livro ousado, que facilmente poderia ter dado errado. Ele conta a história de um personagem que parece transitar num estágio de constante delírio, misturando suas lembranças com o presente, de forma a tecer um plano ilusório de constante confusão e tensão. Por algum motivo que nunca nos é revelado, o personagem está fugindo. E, durante essa fuga, ele vai se desligando de todo traço de personalidade que o conectava à sua vida. Ele é um personagem deslocado e estranho, literalmente, um estorvo à família, à esposa e à humanidade. 

Talvez, fosse da sua própria condição que ele estivesse fugindo. Talvez, ele só quisesse desaparecer da vida das pessoas que, de certa forma, eram obrigadas a suportá-lo.

O livro é bem lento, mas não é ruim. Juro.

20. Faefever - Karen Marie Moning (no skoob)
Esse foi o livro da saga Fever que menos gostei. Demorei para terminá-lo, porque a história estava me desanimando. Contudo, quando eu estava pronta para desistir da saga, surgiram aqueles  últimos capítulos!



Sabe quando tudo está indo parcialmente bem e só faltam vinte páginas para terminar o livro e você tem certeza que não existe a menor chance de algum maníaco surgir com uma bazuca e explodir tudo? Não foi exatamente isso o que aconteceu. Logicamente, foi pior, porque apareceram centenas de maníacos que não precisavam de uma bazuca para destruir o mundo inteiro.

Sem falar que as últimas cinco páginas foram chocantes, alarmantes, enlouquecedoras, aterrorizantes, inacreditáveis, perturbadoras. E eu já falei que todo o meu mundo acabou em cinco meras páginas?

Eu não lembro de nada que aconteceu nesse livro, somente dos últimos capítulos, que foram uma das melhores coisas que eu já li.

Advertência para quem for começar a série:


21. Dias de Colecionar Borboletas - José Carlos Honório(no skoob)
Esse é um livro de poesia que eu havia comprado para o meu amigo, mas o livro passou mais tempo comigo aqui em casa do que com ele. 
Eu não tenho muito a falar, porque poesia tem que ser sentida, não explicada.

22. Fahrenheit 451 - Ray Bradbury (no skoob)
Sou suspeita para falar sobre esse livro, porque me identifiquei profundamente com ele desde a primeira linha. Um dia, espero estar escrevendo uma análise sobre ele, mas até esse dia preciso deixar claro algumas coisas.

Achei genial a forma como a alienação e a solidão do indivíduo foram trabalhadas através da construção de uma sociedade altamente ligada à tecnologia e à velocidade. A tecnologia é forma como a pessoa se excluí da interação e do contato humano; a velocidade abusiva é a forma que ela encontrou de sentir alguma emoção, ao quebrar a monotonia do seu cotidiano. De fato, o Ray Bradbury tinha receio de que o avanço da tecnologia viesse a nos destruir. Ademais, o livro é permeado de passagens que exaltam os livros, o pensamento livre e a beleza das pequenas coisas.


Sobre o final do livro: Até hoje estou processando-o.


23. Dreamfever - Karen Marie Moning (no skoob)
As primeiras cinquenta páginas desse livro dispensam comentário, porque não existe exemplo melhor de como fazer um leitor ter uma parada cardíaca. Esse livro inteiro, aliás, é um bom exemplo disso.


Em Dreamfever, finalmente cheguei na história em que a escritora queria contar deste o começo. Ela explicara como o mundo dessa saga funciona, são contadas várias das lendas que o permeiam, enriquecendo a história. E, finalmente, colocando uma luz para o leitor saber aonde a autora quer chegar com todos os cinco livros que fazem parte da saga.

(+Leia o meu real comentário e rápido resumo de Dreamfever aqui)

24. Caim - José Saramago (no skoob)
Foi uma boa leitura, porém, depois de parar para pensar melhor sobre o livro, eu achei várias partes muito forçadas. O Saramago realmente se esforçou para sambar na cara do cristianismo, o que eu achei desnecessário. Mas, continuo achando o livro bom, sobretudo o final.

(+Leia a minha resenha aqui)


25. A Arte do Romance - Milan Kundera (no skoob)
Leitura obrigatória para quem pretende ser escritor.

Milan Kundera juntou textos e raras entrevistas suas nesse livro que tem como objetivo, como o próprio título já denuncia, discorrer sobre a arte de ser um romancista. No livro, ele faz uma distinção entre escritor e romancista. Escritor seria aquele que escreve, independentemente do formato e do objetivo do texto, enquanto romancista seria aquele que escreve, especificadamente, romances. Também, ele aparenta ter certo desprezo pelo trabalho de poetas, por julgar que eles só escrevem sobre si mesmos e, porque o fazem, acabam criando um texto que nada tem a acrescentar ao mundo. Porém, essa é uma impressão minha, pode não ser a verdade.

No livro, ele explica como criou os personagens de seu livro mais famoso, A insustentável leveza do ser, e discorre sobre vários detalhes do ofício, sobretudo sobre a necessidade de apagar a imagem do autor para que ela não influencie a análise da obra. No final, há um dicionário de palavras fundamentais que permeiam as suas obras e o significado que têm tanto para ele quanto para elas.

26. Contos Sobrenaturais Chineses - Márcia Schmaltz e Sergio Capparelli(no skoob)
O livro não foi exatamente o que eu esperava, mesmo assim foi bom. Eu o li num dia, e devo admitir que, nesse dia, eu estava muito cansada, em todo canto em que me escorava, dormia. Até hoje não sei como consegui terminá-lo.

27. Cinco Minutos - José de Alencar (no skoob)
Chato, chato, chato. Não sei nem o que falar mais, porque vontade me falta. Também não sei porque comecei a ler esse conto se sabia, desde o começo, que tenho baixa tolerância a obras do Romantismo, sobretudo do brasileiro. Achei a história óbvia e tão açucara, que, apesar do diminuto número de páginas, levei uma semana para lê-lo. 

28. Herdeiros de Atlântida - Eduardo Spohr (no skoob)
O meu comentário poderá ser estranho, mas... Para mim, Herdeiros de Atlântida é um livro escrito com o propósito de ser adaptado ao cinema, por causa das incríveis cenas de ação com direito a perseguições, a explosões e a uma horda de monstros implacáveis. A descrição dessas cenas foi o que mais gostei no livro, elas foram muito bem feitas. Os personagens também são interessantes. Porém, como nada é perfeito, Eduardo Spohr, dessa vez, pecou no romance, não na escassez dele, mas na precipitação dele. Eu achei o romance muito forçado e repentino (apesar de eu estar torcendo ansiosa para que acontecesse logo)

29. O Livro do Silêncio - PJ Pereira (no skoob)
Não é tão ruim quanto fiz parecer, o problema foi que o livro me decepcionou. E isso é uma coisa que não perdoo, principalmente quando já o vou ler sem muitas expectativas.

(+Leia minha resenha aqui)


30. Shadow and Bone - Leigh Bardugo (no skoob)
(Título em português: Sombra e Ossos)

Esse é outro livro do qual eu deveria ser proibida de falar, porque eu acabaria o exaltando, de forma que ele aparentaria ser mais grandioso e genial do que realmente é. Eu tenho um péssimo hábito de fazer isso, que, geralmente, acaba quando o último livro da trilogia me decepciona. Algo que vem ocorrendo com frequência exagerada.

Mas, bem, o que posso dizer? Eu amei esse livro! Ele é perfeito! 


31. Siege and Storm - Leigh Bardugo (no skoob)
(Título em português: Sol e Tormenta)

A cada novo livro da Grishas que leio, acho a história mais genial!


O que eu mais gostei nesse livro foi o conflito interno da Alina, a personagem principal. Ela luta para continuar uma pessoa boa e não ceder ao desejo pelo poder e ao ódio que cresce dentro dela, por causa do preconceito contra xs Grishas e da péssima administração da família real que destrói o país dela. Ela luta para fugir da responsabilidade das mortes que causou e da guerra que precisa enfrentar. É muito interessante, porque ela realmente foge para o outro lado do Reino para se esconder de tudo o que teme, mas, inevitavelmente, ela se vê obrigada a caminhar para a guerra. Ademais, à medida que o livro avança, ela começa a "enlouquecer". Ela se torna instável e obcecada em encontrar o último amplificador, porque ela quer o poder para ela. O final é simplesmente incrível! Super recomendo!

32. A Fairtale for the Demon Lord Yong-Hwan Kim(no skoob)
Tecnicamente, esse não é um livro, mas eu o considero assim. A Fairtale for the Demon Lord é um mangá difícil de explicar, porque a história dele é um ciclo, ou seja, o final alude ao começo, e todos os acontecimentos no meio irão levar o personagem principal a causar o problema inicial da história (apesar de o começo da história ter sido responsável para conduzir o personagem para as coisas que vão acontecer depois, ou seja, o meio dela. Confuso, não?). O mangá é baseada na Mitologia Nórdica, por isso aparecem diversos personagens dela, como o Odin e o seu corvo de três olhos. 


O final é surpreendente e chocante. Ele deu pane no meu cérebro, porque tudo o que eu acreditava saber foi destruído numa sequência incrível de painéis em que o herói da história acaba se tornando no vilão.


Eu ainda não consegui decidir se esse mangá é genial ou se é incrivelmente confuso.

33. Delirium - Lauren Oliver (no skoob)
(Em português: Delírio)

Delirium foi uma surpresa. Eu esperava ler um sobre romance açucarado e meloso, que acabaria me irritando e me fazendo questionar o motivo de eu continuar pegando esses livros para ler. Porém, não foi apenas romance o que eu encontrei nas suas páginas; também encontrei um mundo muito bem construído, personagens interessantes e um romance doloroso de ser lido, devido ao final que teria. Eu adorei o fato de a personagem principal, a Lena, ter relutado em aceitar que ela estava apaixonada, porque, na cabeça dela, ela estava doente, assim como a sua mãe e a sua irmã estiveram. E isso a deixava apavorada, porque teme ter o mesmo fim que a mãe dela. 

Também adorei que todo capítulo começasse com uma das quotes do livro S.h.h.h. Isso mostra todo o cuidado que a autora teve em construir o mundo de Delirium.

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2 comentários

  1. Hey!

    O final de A Escolha foi mesmo anticlimático, e me deixou extremamente frustrada. Queria mais explicações também. E na boa, eu fiquei completamente revoltada com o Aspen levando a America ao altar. PORRA, PODE ISSO PRODUÇÃO? Tinha que ter morrido, isso sim #prontofalei. Nunca li nada do Chico, mas tenho vontade. Esse livro parece meio louco demais, mas quem sabe não começo por ele. Você sugere outro? Fahrenheit 451 é sensacional, nossa como amo! E o final kkkkkk sem comentários, né? Melhor nem tocar no assunto. Nossa, ao contrário de você eu amo o Romantismo, principalmente de Alencar, que é meu autor favorito do movimento. Preciso nem dizer que gostei de cinco minutos, né? kkkkk. Herdeiros de Atlântida eu tenho, mas ainda não li. Tô louca pra ler Sombra e Ossos, parece sensacional e a capa é perfeita <3 eu amo mitologia, em especial a grega e a nórdica, fiquei curiosa com esse A fairtale for the demon lord. Delírio é muito bom pra mim, mas tenho uma péssima notícia pra você, querida: é mais uma trilogia que vai te decepcionar com o final. Delírio foi maravilhoso, Pandemônio foi bom e Réquiem foi... Humpf gosto nem de lembrar. Depois me conte o que achou.

    Beijos
    http://escolhasliterarias.blogspot.com.br/

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    1. Sobre "A Escolha" -> Finalmente alguém que entende o que senti! Eu só vejo gente enaltecendo "A Escolha". Para mim, ele foi só estresse e frustração! Eu também acho que o único final descente para o Aspen seria a morte #protofalei. Porque, além de ele ser insuportável, ele era muito avulso nessa história.
      Sobre o Chico B. -> Dele, eu só li "Estorvo". Porém, é unânime na comunidade literária que o melhor livro dele é "Budapeste". Então, fica aí a dica.
      Sobre Fahrenheit 451 -> Eu também sou apaixonada pelo livro. E aquele final, realmente, foi chocante, desolador, incrível! Foi tudo! Eu nunca fiquei tão desnorteada e tão cheia de perguntas ao final de um livro.
      Sobre o Romantismo -> O único livro do Romantismo que li e gostei pra caramba foi "Os Sofrimentos do Jovem Werther". Os outros apenas não descem. Eu até tenho certo interesse em ler o Romantismo Francês, porque "Os Miseráveis" é dessa época. Porém, até lá, continuo me mantendo bem afastada dessa escola literária.
      Do Alencar, eu só gostei de "Senhora", e nem foi muito assim.
      Sobre Herdeiros de Atlântida -> Também levei anos para ter coragem de ler kkkk
      Sobre "Delírio" -> Ah não! Não me diz isso, por favor! Eu tinha esperanças, de verdade, que o final não seria tão ruim. Fiquei chateada agora -.- Eu detesto quando essas escritoras fazem isso, é um desrespeito com o leitor! -.- Obrigada por ter me avisado, já vou ler os próximos volumes com menos expectativas.

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