29 semanas em livros I

13:22

Depois de 29 semanas, a minha pilha de livros soma, exatamente, 34 livros, sem contar os mangás que li, o que significa que estou, pela primeira nesses longos dezoito anos de vida, conseguindo cumprir uma meta de leitura. Algum dia tinha que dar certo, né?!

Só faltam mais dezoito livros (Coincidência!? Acho que não) para que eu consiga concluir o desafio. Por isso, decidi fazer uma retrospectiva dessas 29 semanas. Abaixo listarei os livros que já li com breves comentários, apenas para deixar registrado.

(+Leia a segunda parte aqui)

1. Poema malditos, gozosos e devotos - Hilda Hilst (no Skoob)
É um dos livros de poesia que a Hilda Hist escreveu antes de jogar tudo pro ar e decidir que só iria escrever putaria, como falam por aí.
Nesse livro, contém poemas acerca da busca do ser humano para encontrar o sentido da sua existência. Ele foi o meu primeiro contado com a escritora, e eu já me apaixonei. Ela tem uma forma singular de explicar como o sentido da sobrevivência do ser humano são os seus desejos, como ele só se completa no momento do êxtase no sexo com uma sensibilidade que contrasta com a densa temática da qual ela está tratando.

2. Herdeiro Guerreiro - Cinda Williams Chima (no Skoob)
A proposta de Herdeiro Guerreiro é trazer as batalhas e o misticismo medievais para o tempo moderno. Eu tinha comprado esse livro há uns três anos, e não me lembrava desse detalhe, então peguei o livro, no começo desse ano, pensando que iria ler um Romance Medieval. Não foi isso o que eu encontrei no livro, por isso eu já comecei desanimada e irritada, o que acabou afetando a leitura e a minha opinião.

Achei a primeira metade do livro chata e cansativa, a segunda metade é um pouco melhor. Porém, nenhum personagem realmente me cativou, que eu me lembre, e o enredo em si é muito óbvio. Você mal começa a ler o livro e já sabe exatamente o que vai acontecer e, pior, como vai terminar.

O único motivo que me convenceu a continuar com a série foi a lembrança do prólogo. Gente, aquele prólogo é incrível! Faz você parar e pensar "Esse livro vai ser foda".


O problema é quando você vai todo desesperado virar a página e encontra um garoto indo para a escola, nos tempos atuais. Aí é broxante.

3. Belo Desastre - Jamie Mcguire (no Skoob)
Esse livro é uma ode ao machismo.



Admito que eu estava gostando do começo, que estava simpatizando com o Maddox, mas, quando chega ali perto do meio, não dá para engolir muito menos aceitar ou torcer pela relação da Abby com ele. Nós temos é que torcer para que ela acorde para a vida e perceba que ela está em um relacionamento altamente abusivo. Ele a trata como se ela fosse uma criança incapaz de pensar ou de agir por conta própria. As cenas de ciúme dele, definitivamente, não são fofas! Achar qualquer coisa nesse livro fofo é um desrespeito a milhares de mulheres que sofrem coesão e abusos físicos, na vida real, por causa de homens como ele. Eu fico muito preocupada quando vejo meninas morrendo de amores por ele, achando que ele e que o Christian Gray são modelos de homens perfeitos. Garota, pelo amor que você tem a si mesma e à sua mãe, pare, apenas pare!

Mesmo que o livro fosse bom de verdade, somente o fato de se tratar de uma história que tenta nos convencer de que o Maddox é bacana, gentil e carinhoso e que, por amar a protagonista, ele merece ter os seu feliz para todo o sempre com ela é o bastante para que eu tenha o direito de o considerar o pior livro que já li. 

4. City of Lost Souls - Cassandra Clare (no Skoob)
(Em português: Cidade das Almas Perdidas #5 da saga Os Instrumentos Mortais)
Talvez tenha sido só eu, mas... Fiquei com a sensação de que essa segunda trilogia da saga de The Mortal Instruments é uma tentativa da Cassandra de concertar a história. Antes me jogarem pedras, deixem-me explicar! Eu também sou fã de tudo o que a Cassandra escreve, mas, sinceramente, nós precisamos admitir que City of Glass poderia ter sido melhor, na verdade, toda a primeira parte da saga poderia ter sido melhor se ela tivesse introduzido o Sebastian antes. Afinal, o Sebastian/Jonathan é o grande vilão dessa história. E eu acho que ela também percebeu o potencial dele e resolveu criar a segunda parte da saga. Não que eu ache isso ruim, adora ambas as partes, mas acho que poderia ter sido planejada de uma forma a evitar essa divisão, além do desgaste que alguns personagens sofreram.

Apesar disso, adorei o livro, ele é o meu preferido de toda a saga, porque nós finalmente conhecemos o Sebastian/Jonathan (chame como quiser). O que eu mais gostei é que, em City of Lost Souls, a autora faz um jogo de manipulação tanto com a Clare quanto com o leito de forma que é nós acabamos por simpatizar e compreender o Sebastian, até mesmo sentimos pena dele, torcemos para que ele realmente encontre o seu caminho e vire uma pessoa boa, nós realmente somos levados a acreditar que ele é capaz de ser bom. Quando o livro se encaminha para o final, começam a acontecer cenas que nos revoltam e que nos surpreendem. É uma experiência incrível!

Sem falar que adoro o fato de o Sebastian não ser apaixonado pela Clare, mas obcecado por ela.  

5. Clockwork Angel - Cassandra Clare (no Skoob)
(Em português: Anjo Mecânico #1 da trilogia As Peças Infernais)
Um fato: Esse livro foi muito bom.



6. Clockwork Prince - Cassandra Clare (no Skoob)
(Em português: Príncipe Mecânico #2 da trilogia As Peças Infernais)
Segundo fato: Esse livro conseguiu ser ainda melhor.

7. Clockwork Princess - Cassandra Clare (no Skoob)
(Em português: Princessa Mecânico #3 da trilogia As Peças Infernais)
Terceiro fato: Esse livro destruiu uma parte de mim.


Eu não tenho palavras  para descrever o que essa trilogia significa para mim! Foi a melhor trilogia que já li (Apesar de o seu posto estar sendo ameaçado por The Grisha's Trilogy). Em breve, estarei postando uma resenha, até lá, continuo procurando as palavras que o fará compreender o quanto a trilogia The Infernal Devices é incrível e única!

8. Allegiant - Veronica Roth (no Skoob)
(Em português: Convergente #3 da trilogia Divergente)
Eu gostei, mas não gostei. Foi bom, mas não foi. Ainda tenho opiniões dúbias acerca da conclusão da trilogia de Divergente. Em breve, resenha.

9.The Raven Boys - Maggie Stiefvater (no Skoob)
(Em português dicou "Os Garotos Corvos" #1 da trilogia A Saga dos Corvos)
Gente, que livro é esse?! Por que ninguém está falando sobre esse livro?! Alguém me explica, por favor!

The Raven's Boys é o livro de gênero YA mais original que já li em muito tempo. Tudo nesse livro é perfeito. Sério, não tenho nenhuma crítica negativa a fazer, e quem lê o blog sabe o quão raro é isso.

Para começar, a escrita da Maggie é linda, ela tem aquele estilo narrativo poético, sutil e com comentários irônicos nos momentos mais improváveis. Além disso, a construção do espaço na narrativa e dos personagens é surpreendente. Os personagens são profundos, de tal forma que é impossível prever o próximo passo deles, e eles próprios são cercados de mistérios e de fantasia, assim como o ambiente do livro. A história não se passa em um mundo necessariamente fantástico, ele se passa numa cidadezinha dos Estados Unidos por onde passa uma Ley Line (estarei escrevendo sobre isso algum dia), que é uma espécie de "linha" de fluxo de energia mística, essas linhas correm por todo o globo e elas geram anomalias no espaço e no tempo da região onde passam. Por causa disso, obviamente, essa cidadezinha não é comum. Muitas aventuras e surpresas chocantes irão acontecer! Não vejo a hora de começar o próximo livro!

10. Se ninguém falar de coisas interessantes - Jon McGregor (no Skoob)
Suspeito que esse livro foi feito sobre medida da minha amiga para mim.

O livro não conta necessariamente uma história, ele é um arranjo de fragmentos que oscilam entre o pretérito e o presente, de forma a expor o cotidiano que várias pessoas que moram numa mesma rua, entre elas há uma mulher que possui maior destaque. Não tenho certeza, mas, em nenhum momento do livro, o nome dela é citado, nós apenas sabemos que parece estar se escondendo de algo, com medo de enfrentar isso. Quando ela revela esse segredo, muitos autores teriam escolhido a transformar em uma personagem frágil e emocional, porém o Jon McGregor mostrar como ela trata isso de uma forma fria. Ela tem temor e raiva disso, mas ela nunca perde o controle totalmente. E isso é acarretado pelo fato de ela tentar esconder a verdade de si mesmo. Ela fala sobre isso, mas ela parece estar falando de outra pessoa, não sobre ela. A própria narrativa tem essa peculiaridade.

O livro é narrado em terceira pessoa, mas, às vezes, há a sensação da existência de um narrador que foge da história dos outros moradores da rua e a direciona para essa mulher.  Porém, esse é um assunto para ser discutido numa futura resenha.

11. Lavoura Arcaica - Raduan Nassar (no Skoob)
Eu sou suspeita para falar desse livro, porque eu simplesmente o amei! Ele é polêmico, provocante e, em alguma cenas, chega a ser blasfêmico, ou seja, tudo o que eu acho que um livro precisar ter para ser excelente.

12. Angelfall - Susan Ee (no Skoob)
(Ainda não lançado no Brasil)
Outro livro do qual sou suspeita para falar, porque eu o achei genial! Ele mistura mitologia, distopia, ficção científica num mundo pós-apocalíptico (ou seria pré-apocalíptico?) sem que a história fique sem noção.

13. World After - Susan Ee (no Skoob)
(Continuação de Angefall #2 da saga Peryn & the End of Days)
Já diziam que uma imagem vale mais que mil palavras, então essa demonstrará, basicamente, a minha reação do começo ao fim de World After:


O começo foi um pouco tedioso, mas, aos poucos, a narrativa voltou a se tornar intensa e sombria, com direito a bizarras, a muito sangue e ao prelúdio do futuro romance entre os personagens principais. Aliás, isso é uma das melhores características do livro: o romance não acontece subitamente, ele ainda está sendo construído, respeitando a personalidade de cada personagem e a própria história.

Infelizmente, a autora passa dois para lançar cada livro... Logo, para quem sofre de ansiedade, como eu, não recomendo começar a saga antes de, pelo menos, o quarto (penúltimo) livro seja lançado.

14. Darkfever - Karen Marie Moning (no Skoob)
(Em português ficou Febre Negra)
A série Fever um romance de fantasia urbana sobre fadas, porém as fadas dessa história não são fofinhas, boazinhas e bonitinhas. A saga é baseada nos mitos irlandeses sobre os faes, eles são criaturas fantásticas e poderosas que podem praticar tanto o bem quanto o mal, eles são seres misteriosos e sombrios. 

Foi interessante conhecer uma representação diferente sobre as fadas. Algumas delas, no livro, são muito bizarras e assustadoras, algumas se alimentam da beleza das pessoas, outras da energia vital humana através do sexo (ou seja, a pessoa morre fazendo sexo). Além disso, os personagem são cativantes e divertidos, e a protagonista não é exatamente o que esperamos que ela seja.

No começo, a Mac não é aquela garota diferente das demais, que tem poucos amigos e uma vida na qual não consegue se encaixar. Pelo contrário, a Mac é uma daquelas garotas perfeitas que nunca se preocuparam com qualquer coisa. Então, o desenvolvimento dela para se transformar a Mac de Dreamfever (o quarto livro da saga) é fascinante. Ela irá mudar de tal forma, que é difícil se lembrar que um dia ela foi essa garota que vivia de rosa dos pés à cabeça, com o bronzeado impecável, os cabelos lavados  e cheirosos, inocente, que desconhecia a realidade à sua volta.

15. Bloodfever - Karen Marie Moning (no Skoob)
(Em português: Febre de Sangue)
Eu gostei menos dessa livro que do primeiro da saga, porém ainda continuei curiosa  para saber como a escritora concluiria a história. Então, fiz o que todo leitor faz em tempos difíceis: segui em frente.

Mas, nem tudo nesse livro é desanimador, já que há a introdução de um novo personagem tão sexy e hot, que a fará, literalmente, arrancar as calças (a Mac conhece essa sensação muito bem kkkk).



16. Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley (no Skoob)
Eu não tenho nem palavras para explicar esse livro. Ele é muito, muito genial! É fantático! Além de ser recheado de referências às tragédias do Shakespeare. Em breve estarei fazendo um vídeo resenha sobre ele.

Um comentário sem propósito: Quando comecei a lê-lo, fiquei alarmada, porque a escrita do Aldous Huxley é semelhante a minha. Eu nunca antes havia lido qualquer obra dele, então parece improvável que eu pudesse ter um estilo praticamente igual ao dele. Mas, bem, eu tenho.

17. Daughter of Smoke and Bone - Laini Taylor (no Skoob)
(Em português: Feita de Fumaça e Osso)
Esse livro! Esse livro! GENIAL! MARAVILHOSO! ÚNICO!

Esse é o maior exemplo do porquê devemos dar uma segunda chance a livros. A primeira que o li, realmente não o fiz, porque pulei várias cenas, por algum motivo que nunca vou compreender, achei a Karou chata e sem personalidade. Pior ainda, tive a ousadia de achar o Akiva sem graça. Opa! Como assim? 

Anos depois, resolvi dar uma segunda chance a Daughter of Smoke and Bone, graças a minha teimosia de jamais desistir de um livro. E eu me apaixonei! Simples assim.



A mitologia dessa trilogia é diferente de tudo que já li. As personagens são diferentes de tudo que já li! A Laini Taylor também tem uma escrita poética, sutil e linda. Sem falar que o final desse livro... Sem cometários! Eu ainda não consegui me recuperar nem me preparar para o próximo, que, só pelo nome (Days of BLOOD and Starlight), já sei que o livro será tão sangrento e destrutivo quanto o Casamento Vermelho foi.

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1 comentários

  1. Oi Isa. Quantos livrooosss. As minhas leituras estão todas atrasadas; desses q vc citou, nao li nenhum ainda, mas estou lendo Belo desastre. Esto no começo ainda então ainda acho o Travis fofo, vamos ver até onde. ahahhaha. mas se ele for parecido com Grey, um pouco apenas, vou odiá-lo, pq odeio o Cristian. E concordo com vc, como assim, eles são exemplos de homem? mais respeito por vc mesmo menina. Eu vivo dizendo isso e na maioria das vezes sou tachada de louca, mas ele é um grande FDP. Os garotos corvo vi uma resenha ontem mesmo dele e fiquei muito curiosa. :)
    Beijos
    http://profissao-escritor.blogspot.com.br/

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