Primeiramente, gostaria de comentar que este livro é muito especial para mim, porque foi o meu 150° livro lido. Oba! Não que eu ache essa quantidade de livros digna - acho pouquÃssima, na verdade -, mas, de qualquer forma, após cento e ciquenta livros, a minha interpretação amadureceu bastante, a menina que hoje lê, não é a mesma que o fazia há um ano atrás. Eu aprendi a reconhecer as sutilezas da narração e as fontes de inspiração do autor, a detectar, logo no começo, o termino do plot e das personagens e as jogadas de metalinguagem e de intertextualidade que enriquecem a história. Eu não sei se é uma coisa minha, mas eu descubro o final muito rápido, até mesmo em clássicos renomados, como em 1984 - nas primeiras páginas, eu já afirmava, toda irônica, que o Winston acabaria... Bem, vocês sabem, não vou soltar spoilers. É muito irritante, porque eu gosto de finais que me surpreendam, que me façam ficar completamente alarmada, chocada, que me faça jogar o livro do outro lado do meu quarto; mesmo assim, eu engulo esse incômodo e tento ignorar o que a minha mente insiste em afirmar.
City of Glass é um daqueles livros que você já sabe como vai terminar. Ponto. O interessante aqui, como em todos os outros livros, não é o final, mas o caminho sinuoso que levará a ele. Quando se lê muitos romances fantásticos voltados ao público juvenil, como eu faço (podem me julgar), até esse caminho se torna óbvio e tedioso, cheio de clichê por cima de clichê, recheado com clichê, salpicando mais um pouquinho de clichê em cada nova página, só para ter certeza de que não há clichê na dose exata. Eu não acho clichê negativo, porque acho que é humanamente impossÃvel criar uma história completamente original. Praticamente todas as histórias já foram contatas. Porém, isso não significa que todas elas devem ser contadas da mesma forma, é necessário ter aquele diferencial que nos leve a pensar que nunca antes havÃamos lido algo parecido.
City of Glass é um desses livros.