Wicked Lovely - Melissa Marr
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Desde pequena, Aislinn possui um dom especial – a Visão, que permite que ela perceba os seres encantados que circulam entre os humanos, invisíveis para a maioria dos mortais. Mas, ao contrário do que as histórias infantis sugerem, as fadas podem ser extremamente perversas e egoístas, a ponto de machucarem as pessoas de propósito. Aislinn mora na decadente cidade de Huntsdale, nos Estados Unidos e sempre viveu pautada por três normas básicas. Regra número 3: não encare as criaturas invisíveis. Regra número 2: não responda a criaturas mágicas invisíveis. Rega número 1: nunca desperte a atenção dos seres mágicos. Mas, mesmo com todos os seus cuidados, Ash, como a jovem também é conhecida, quebra todas as regras num mesmo dia ao ser descoberta por Keenan, o Rei do Verão. Há nove séculos, o deslumbrante rei procura por aquela que será a sua rainha, a Rainha do Verão. Apesar de todo seu horror ao mundo das fadas, Aislinn sente-se cada vez mais atraída pelo universo fantástico a sua volta, ainda que isso coloque sua vida em risco. No meio desses seres encantados e poderosos, Aislinn quer apenas ter uma vida normal, mas será que ela conseguirá fugir de um destino para o qual parece não haver escapatória? E se falhar... o que virá depois.
Este não é o típico romance young-adult que você lê, com o típico triangulo romântico, o típico bad boy que já pegou todas mas que se apaixona veemente pela protagonista, o típico melhor amigo fofo por quem a protagonista tem uma queda e a típica protagonista sensata, esperta, forte e com ares de rebelde. Ok, talvez a protagonista continue sendo a mesma de sempre; fora isso, a história é uma inacreditável surpresa.
Sua vida estava transcorrendo perfeitamente bem, na medida do possível, até que o Rei do Verão a aborda e a convida para o seu mundo.
"You taste like sushine. More and more every day."
Dizer que o livro conta apenas a história da Ash seria simplificá-lo. Nele, há três núcleos narrativos, que vão contando o que acontece pelo seu ponto de vista. De um lado temos uma pacata humana descobrindo sobre as fadas, aprendendo a superar os seus medos e a encarar o seu destino; de outro lado temos dois outros personagens importantes - o fabuloso Keenan, o Rei do Verão, e a gélida (literalmente) Donia. Estes dois vão contar sobre o que está acontecendo no mundo das fadas.
Keenan é o Rei do Verão somente porque a sua mãe, a Rainha do Inverno, matou o seu pai para conquistar mais poder. Por causa disso, ele está fraco. Para assumir todo o seu potencial de poder, precisa unir forças à sua Rainha. Logicamente que a Rainha do Inverno não facilitaria as coisas para o seu lado, por isso criou uma espécie de jogo de conquista em que Keenan estaria fadado a procurar, por séculos, uma mortal forte o bastante para assumir o trono ao seu lado. Algo que adorei neste livro, mas que me deixou frustada em The Goddess Test, foi que as garotas realmente teriam que passar por um teste perigoso e mortal para conquistar o título ao trono. Enquanto em The Goddess Test os testes eram bobos e, na minha opinião, só serviam para repetir aquela velha imagem de mulher frágil, delicada e perfeita que os românticos tinham... Aqui, o teste é segurar um bastão que irá envolver sua alma num terrível frio. Se a garota for a Escolhida para ser a Rainha do Verão, o frio não a consumirá; contudo, se ela não for a garota certa, viverá para sempre, até uma próxima garota ter coragem de passar pelo mesmo teste, num estado de constante frio, que tanto congela o seu âmago como distorce suas feições.
“Is this what you freely choose, to risk winter’s chill? You understand that if you are not the one, you’ll carry the Winter Queen’s chill until the next mortal risks this? And you’ll warn her not to trust me? If she refuses me, you will tell the next girl and the next - and not until one accepts, will you be free of the cold.”
E foi isso o que aconteceu com a Donia. Ela era uma garota comum que fez a besteira de se apaixonar por Keenan e aceitar o teste, pois esta era a única forma de eles ficarem juntos para sempre. Agora, ela é a guardiã o bastão e tem como função dissuadir as garotas para que elas não comentam o mesmo erro.
Quando falei lá em cima que este não era um típico ya, falei com razão. A série de Wicked Lovely trabalha com um tema que pode ser bastante polêmico para muitos - o poliamor. Para quem não conhece o termo, poliamor é a prática e a aceitação de ter um relacionamento íntimo com mais de uma pessoa, a partir do conhecimento e do consentimento de todos os envolvidos.
Keenan, como Rei do Verão, possui um grande harém composto por suas antigas conquistas, conhecidas como Garotas do Verão, mulheres que preferiram não passar pelo teste mas que queriam continuar ao lado dele, sendo transformadas (pelo que entendi) em ninfas. Ele mantém um relacionamento íntimo, não apenas só de sexo, mas também de amizade e de respeito com elas. E o melhor de tudo é que ele não é representado como um bad boy safado, mas como alguém transtornado com o peso do seu dever, alguém simpático e carinhoso e cuidadoso. Essa relação que ele mantém é parte do que ele é, e não define completamente o seu caráter. Não há julgamentos da escritora, ela se usa desse artifício para enriquecer a história e para aproximar as suas fadas da visão real que os antigos povos tinham delas, o que é bem diferente da sininho!
"The Summer Girls were like plants needing the nutrients of the sun to thrive: they couldn’t be away from the Summer King for long, or they’d fade."
Outra inversão de papel: O bad boy da história, apesar de ter todas as boas características de um, é o melhor amigo mega fofo da Ash. Ele até tem pirceings!
E para melhorar, o que achei incrível, a Ash não apenas tem amigAS (quantas protagonistas de ya você consegue se lembrar que tinha pelo menos uma amiga desde o começo da história?), como também mantém uma relação de companheirismo sincero com elas, o que significa que ela não ficava pensando que tal amiga é mais perfeita, fabulosa e divertida que ela e como ela a inveja por isso, o que também significa que nenhuma das amigas dela faz o papel de "pegadora quase desesperada" da história. Elas são amigas, têm atitude, conversam sobre garotos, cabelos, tatuagens e sexo!
Como nada é perfeito, preciso ser sincera: Eu estava perto de acabar o livro e me perguntando onde estava o ponto alto da história? Tenho certeza que ele estava ali escondidinho em algum lugar, mas não estava atenta o bastante para encontrá-lo. A resolução de tudo pareceu ser simples demais, enquanto eu estava esperando algo mais épico (assim como estou esperando não muito calmamente por uma batalha entre os White Walkers, os homens livres e os dragões da Dany!). Fora isso, não tenho o que reclamar.
Livro altamente recomendado!
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Série Wicked Lovely:
- Wicked Lovely (lançando no Brasil com o título Terrível Encanto)
- Ink Exchange (lançado como no Brasil como Tinta Perigosa)
- Fragile Eternity (lançando no Brasil como Frágil Eternidade)
- Conto - Stopping Time
- Conto - Old Habits
- Radiant Shadows (lançado no Brasil como Sombras Radiantes)
- Conto - Cotton Cady Skies
- Darkest Mercy (lançado no Brasil como Sombrio Perdão)
- Conto - Merely Mortal
- Conto - Family
1 comentários
Já tinha lido algumas resenhas desse livro um bom tempinho atrás, mas, não tinha dado muita atenção a respeito, mas a sua me fez ficar curiosa, por você ter dado mais detalhes da história e mostrar que ela tem os seus diferenciais.
ResponderExcluiraguardandoocamaleao.blogspot.com