A Escolha - Kiera Cass

08:26

Minha avaliação: 86/100                                                         



A Seleção mudou a vida de trinta e cinco meninas para sempre. E agora, chegou a hora de uma ser escolhida. America nunca sonhou que iria encontrar-se em qualquer lugar perto da coroa ou do coração do Príncipe Maxon. Mas à medida que a competição se aproxima de seu final e as ameaças de fora das paredes do palácio se tornam mais perigosas, América percebe o quanto ela tem a perder e quanto ela terá que lutar para o futuro que ela quer. 


(+Leia: Resenha de A Elite)

Resenha com eventuais spoilers.

Eu gostei bastante dos livros anteriores, por causa disso cometi o pior dos crimes - criei altas expectativas. Eu realmente esperava que a escritora tivesse a capacidade de escrever um final intrigante, coeso e fantástico, com direito ao conflito e ao drama que o desfecho de uma distopia merece. Contudo, não foi exatamente isso que aconteceu.

Em A Escolha, apenas quatro garotas conseguiram chegar à final do desafio para ganhar o coração e a coroa do Príncipe Maxon. Por causa do número reduzido de participantes, podemos conhecer melhor cada uma delas. A grande surpresa foi a evolução da Celeste, que saiu do patamar das personagens mais odiadas da Literatura para o de  personagens preferidos de muitos leitores, inclusive do meu. Ela percebe os erros que cometeu e tenta se redimir, ajudar e passar confiança para as outras garotas.

A America finalmente decidiu que ama o Maxon (por favor, cantem em coro comigo: Aleluia, Aleluia!). Porém, o Rei mostra que é capaz de fazer qualquer coisa para impedir o casamento dos dois. Como consequência disso, ocorre algo que poderia ser o ponto decisivo para mudar a trama, se a autora tivesse se aproveitado desse momento. 

Enquanto isso, os rebeldes se tornam extremistas, o que ameaça a segurança da Realeza e da família das competidoras. Algumas descobertas poderão surpreender alguns. Essas pequenas "novidades" tentam criar base de suporte para explicar os eventos que desencadearão a "Revolução" do sistema e a ascensão do Rei Maxon.

No geral, eu gostei desse livro, ele foi fofo e divertido, sem falar que o casamento da America e do Maxon foi quase exatamente do jeito que eu imaginava. Porém, o desenvolvimento da história e o final me decepcionaram.

O primeiro problema que percebi foi que a autora não soube aproveitar a trama incrível que tinha nas mãos. Desde o primeiro livro, ela coloca certos detalhes que poderiam acarretar o melhor desenvolvimento dos personagens, sobretudo da America e do Maxon, este que pouco amadureceu desde A Seleção. Por exemplo, a America descobre que o seu pai é um rebelde, mas qual a relevância que tal fato teve para a história ou para a personagem? Em momento algum a America mudou a sua opinião ou o modo como agia, após saber disso. Aliás, os acontecimentos seguintes anulam a possibilidade da utilização desse novo conhecimento. 

O segundo problema foi a conclusão da trilogia. Tudo começou e terminou rápido demais, porque a autora, mais uma vez, não soube desenvolver a história. O fato de a narradora ser a America só tornou o final mais confuso. Como, obviamente, ela não poderia ficar no meio do fogo aberto, quando os rebeldes do sul invadiram o castelo (fica aqui a primeira questão: Como assim?), ela foi jogada dentro de um daqueles compartimentos secretos, onde ficou até que o problema fosse resolvido. O local onde ela entrou deve ser algum tipo de portal mágico que leva as pessoas para dimensões paralelas, porque, quando ela saiu de lá, o país dela havia se tornado, magicamente, num lugar melhor. Os rebeldes foram vencidos, o Maxon decidiu perdoá-la por não ter contado a verdade sobre o Aspen estar no castelo e pediu-a em casamento, existiam planos para abolir o sistema de castas e para oferecer saúde e educação a todas as pessoas. Foi uma coisa linda de se ver.

Mas, eu achei ridículo! Como assim o Rei e a Rainha foram assassinados e eu não vi isso? Como assim o Maxon levou um tiro e foi deixado sangrando no meio de uma rebelião, porque era mais importante salvar a America primeiro? (Ok, isso foi fofo da parte dele e tal, mas ele continua sendo o ÚNICO herdeiro do trono). Como assim a Celeste morreu em uma linha e a America não esboçou nenhuma reação verdadeira quanto a isso?  Como assim uma das criadas da America morreu e a outra fugiu enlouquecida e a America, também, não reagiu a isso? Como assim o Aspen decidiu que amava a Lucy e que se casaria com ela? Como assim o Aspen foi quem conduziu a America para o altar? Como assim um garoto que passou três livros inteiros abaixando a cabeça para o pai vai ter condição de cuidar de uma nação? 

O final, na minha opinião, ficou preguiçoso e conveniente demais. Contudo, como já falei, no geral, a trilogia é bastante divertida e fofa, com vários personagens cativantes. O meu problema foi que criei muitas expectativas. Talvez, se não tivesse esperado tanto, eu estaria bem mais satisfeita com a conclusão. 


Se alguém tiver respostas para qualquer uma das minhas perguntas, por favor, deixe nos comentários.

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2 comentários

  1. Fiquei com medo de ler a resenha porque ainda não li o segundo. :/ Mas peguei essas partes em vermelho que não estão me deixando motivada para ler. Curti o primeiro, mas não achei tão sensacional quanto falaram. :/
    Beijos,K.
    Girl Spoiled
    http://girlspoiled.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Eu gostei muito do primeiro e me apaixonei pelo segundo, mas preciso advertir: Se for continuar com a trilogia, não crie muitas expectativas.
      Beijão!

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