The Unbecoming of Mara Dyer - Michelle Hodkin
14:01Título em português: A Desconstrução de Mara Dyer
Nota: 90/100
Um grupo de amigos... Uma tábua ouija... Um presságio de morte. Mara Dyer não estava interessada em mensagens do além. Mas para não estragar a diversão da melhor amiga justo em seu aniversário ela decide embarcar na brincadeira. Apenas para receber um recado de sangue. Parecia uma simples piada de mau gosto... até que todos os presentes com exceção de Mara morrem no desabamento de um velho sanatório abandonado. O que o grupo estaria fazendo em um prédio condenado? A resposta parece estar perdida na mente pertubada de Mara. Mas depois de sobreviver à traumática experiência é natural que a menina se proteja com uma amnésia seletiva. Afinal, ela perdeu a melhor amiga, o namorado e a irmã do rapaz. Para ajudá-la a superar o trauma a família decide mudar para uma nova cidade, um novo começo. Todos estão empenhados em esquecer. E Mara só quer lembrar. Ainda mais com as alucinações - ou seriam premonições? - Os corpois e o véu entre realidade, pesadelo e sanidade se esgarçando dia a dia. Ela precisa entender o que houve para ter uma chance de impedir a loucura de tomá-la....
Essa, provavelmente, será a resenha mais difícil que irei escrever, porque houve um ponto na história em que eu, sinceramente, não sabia se a Mara estava louca, se ela estava sã e todas as suas alucinações eram reais, ou se eu estava enlouquecendo ao tentar entender o que aconteceu.
Já no prólogo recebemos uma informação impactante: O nome da protagonista não é Mara Dyer. Ela teve que escolher um pseudônimo para proteger a sua identidade de um assassino. Ao virar a página, temos um rápido vislumbre do acontecimento que desencadearia todos os outros: Ela e suas duas amigas estão fazendo perguntas aos mortos através de uma tábua de ouija. Rachel pergunta como iria morrer, e, na tábua, forma-se o nome "Mara". Elas não compreendem o significado disso, mas, meses depois, todas elas estariam mortas, exceto a Mara.
Após convencer a sua família a mudar-se, na esperança de conseguir superar a sua perda, ela descobre que não é capaz de fugir do passado. Como se já não fosse difícil começar a estudar em uma nova escola e ter que começar novas amizades, ela tem alucinações que parecem se tornar cada vez mais reais. Todos acreditam que ela está traumatizada e que os seus sonhos são apenas respostas inconscientes a isso, exceto Noah.
No começo, ele é arrogante e terrivelmente cheio de si, porém, após conhecê-lo melhor, é impossível não se apaixonar por ele. Noah é a sanidade da Mara, ele a ajuda a descobrir o que aconteceu com ela e o significado das suas alucinações. Ele, contudo, esconde os seus próprios segredos, algo tão sombrio e perigoso quanto os dela.
“Não há nada que eu queira. Não há nada que eu não possa fazer. Não me importo com nada. De qualquer modo, sou um impostor. Um ator na minha própria vida.”
Pessoalmente, eu gostei muito da história. Por ser narrada pela Mara, o modo como a realidade se mistura com a confusão da sua mente é muito interessante e instigante. Sem falar que deixa o leitor também louco tentando decifrar o que está acontecendo com a protagonista. E, ao achar que já compreendeu tudo, a história muda radicalmente e todas as certezas (tanto as da Mara quanto as minhas e as suas) tornam-se, novamente, em dúvidas.
O romance entre ela e o Noah é intenso e corrosivo. Atrevo-me a dizer que eles tem uma espécie de correlação altamente dependente (o que, venhamos e convenhamos, não é saudável). A Mara sabe que irá destruí-lo se não o afastar de si, porém ela é incapaz de o fazer Ela precisa dele para acreditar em si mesma, na sua própria bondade e sanidade. O mesmo acontece com ele, ele precisa desesperadamente dela e, por causa disso, é capaz de perdoar todas as coisas ruins que ela fez. Ele se sente responsável por ela e tentará de tudo para controlá-la e impedi-la de machucar tanto a outras pessoas como a si própria.
Eu acho isso interessante (não saudável, só para lembrar), porque rende bons diálogos em que são levantadas sérias questões sobre até onde eles são ou não responsável pelos erros e pelos crimes que cometeram (no caso da Mara), mesmo que não estivessem completamente cientes de que suas ações levariam a isso.
“Gostaria que ele não soubesse da profundidade da minha loucura”
A minha nota para esse livro só não foi maior porque tiveram certos detalhes que me incomodaram. Primeiro, eu realmente não gostei do fato de ela ser tão dependente (
Segundo, também detestei o jeito como ela trata todas as outras mulheres no livro. Ela é incapaz de ter um relacionamento com uma garota, porque ela sempre as vê como inimigas que estão tentando roubar algo dela (a melhor amiga, o Noah...). Mas isso, claramente, é mais culpa da autora do que da personagem.
A escrita passa longe de ser tão linda como a da Maggie Stiefvater, mas também não é ruim. Fora isso, só tenho elogios para a obra. Eu realmente gostei de A Desconstrução de Mara Dyer e não vejo a hora de ter o segundo livro em mãos para descobrir o que a autora vai fazer depois DAQUELE final.
Trilogia MARA DYER:
- The Unbecoming of Mara Dyer/A Desconstrução de Mara Dyer
- The Evolution of Mara Dyer/A Evolução de Mara Dyer
- The Retribution of Mara Dyer (ainda não lançando)
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